Hepatite e Colestase: O Que Escondem as Plantas?

Authors

  • Rute Baeta Baptista Unidade de Infecciologia; Área de Pediatria Médica; Hospital de Dona Estefânia; Centro Hospitalar de Lisboa Central; Lisboa; Portugal.
  • Sara Nóbrega Unidade de Gastrenterologia, Hepatologia e Nutrição Infantil; Área de Pediatria Médica; Hospital de Dona Estefânia; Centro Hospitalar de Lisboa Central; Lisboa; Portugal
  • António Pedro Campos2 Unidade de Gastrenterologia, Hepatologia e Nutrição Infantil; Área de Pediatria Médica; Hospital de Dona Estefânia; Centro Hospitalar de Lisboa Central; Lisboa; Portugal
  • Flora Candeias Unidade de Infecciologia; Área de Pediatria Médica; Hospital de Dona Estefânia; Centro Hospitalar de Lisboa Central; Lisboa; Portugal.
  • Maria João Brito Unidade de Infecciologia; Área de Pediatria Médica; Hospital de Dona Estefânia; Centro Hospitalar de Lisboa Central; Lisboa; Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2017.9989

Keywords:

Criança, Colestase Intra-hepática, Hepatotoxicidade, Chás de Ervas, Pesticidas

Abstract

O diagnóstico diferencial de hepatite colestática aguda na criança previamente saudável em idade escolar inclui múltiplas causas, sendo as infecciosas, tóxicas e auto-imunes, as mais comuns.

Descreve-se o caso clínico de um rapaz de dez anos com icterícia prolongada, eosinofilia (26,3%) e evidência bioquímica de lesão hepática de tipo misto (transaminases 5 a 10 vezes o limite superior do normal, bilirrubina total 14,4 mg/dL, bilirrubina directa 8,3mg/dL, fosfatase alcalina 732 U/L), com gamma-glutamiltransferase e função hepática normais.

Após investigação alargada, incluindo biópsia hepática, admitiu-se etiologia tóxica; tendo-se identificado consumo recente de chás de Cymbopogon citratus (erva-príncipe) e Equisetum arvense (erva-cavalinha) contaminados com pesticidas.

A possibilidade de hepatotoxicidade induzida por chás e pesticidas é discutida, após exclusão de outras causas de doença hepática e dada a recuperação total do doente após quatro meses de terapêutica com ácido ursodesoxicólico.

Na última década, assistiu-se a um aumento substancial de publicações referentes a lesão hepática induzida por tóxicos (fármacos, suplementos alimentares, produtos de ervanária, metais e até pesticidas). O diagnóstico é de exclusão e requer um elevado índice de suspeição.

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Published

2017-03-28

Issue

Section

Case reports

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