Protocolo de parasitoses intestinais
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2012.639Abstract
Os parasitas intestinais incluem um amplo grupo de microorganismos, dos quais os protozoários e os helmintas são os mais representativos1. A via fecal-oral é a principal forma de transmissão, a partir da água ou alimentos contaminados. A sua prevalência é variável consoante a zona geográfica considerada, dependendo das condições higieno-sanitárias e climatéricas, atingindo uma taxa de infecção máxima na África subsaariana, seguida da Ásia, América Latina e Caribe. Em termos mundiais os parasitas mais frequentes são os do grupo dos helmintas nemátodes, principalmente o Ascaris lumbricoides,Trichuris trichiura e Ancilostomas. No Quadro I estão representados os principais parasitas intestinais.
Os estudos de prevalência das parasitoses intestinais em Portugal são escassos. Alguns estudos do final da década de 80 e início de 90 apontavam para uma diminuição do número de casos, relacionada com a melhoria das condições higieno--sanitárias5-7. Num estudo realizado na zona centro do país, foram comparadas as taxas de prevalência entre 1978 e 1992, tendo sido detectada uma maior diminuição da prevalência de helmintíases (10,4% para 1,5%) relativamente à infecção por Giardia lamblia (16% para 11%), provavelmente pelo uso indiscriminado de anti-helmínticos nas desparasitações generalizadas de “rotina”, adoptadas nas décadas de 70-806. Os dados desta época, indicavam taxas de prevalência muito
variáveis (15 a 67,3%), sendo o parasita mais prevalente a Giardia lamblia, seguido de alguns helmintas como o Enterobius vermicularis, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e Hymenolepsis5-. Estudos mais recentes continuam a mostrar franca redução da prevalência das parasitoses intestinais, mantendo-se a Giardia lamblia como o parasita mais prevalente. (primeiras 250 palavras)