Gastroenterite aguda em crianças internadas na área de Lisboa

Authors

  • Carlos Escobar
  • Tiago Silva Hospital D. Estefânia, CHLC EPE
  • Beatriz Costa Hospital D. Estefânia, CHLC EPE
  • Marisa Oliveira Hospital D. Estefânia, CHLC EPE
  • Paula Correia Hospital D. Estefânia, CHLC EPE
  • Gonçalo Cordeiro Ferreira Hospital D. Estefânia, CHLC EPE
  • Inês Costa Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa
  • Cláudia Júlio Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa
  • João Rodrigues Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa
  • Jorge Machado Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa
  • Adelaide Marques Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa
  • Maria João Simões Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa
  • Mónica Oleastro Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa
  • Maria João Brito Hospital D. Estefânia, CHLC EPE

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2013.2962

Abstract

Introdução: A Gastroenterite Aguda (GEA) é uma patologia com importante morbilidade sendo a segunda causa de internamento na idade pediátrica.Objetivo: Caracterizar a GEA, em crianças internadas em dois hospitais da área de Lisboa com diferentes características demográficas.

Métodos: Estudo prospetivo de maio 2011 a junho 2012. Pesquisados potenciais agentes etiológicos por técnicas convencionais e de biologia molecular em amostras de fezes e analisados dados epidemiológicos e clínicos.

Resultados: Total de 140 amostras de crianças com GEA com identificação do agente em 83,6%: 64,3% vírus, 27,9% parasitas e 21,4% bactérias. Os agentes mais frequentes foram rotavírus (26,4%), norovírus II (13,6%), enterovírus (12,1%), Microsporidia (11,4%), Escherichia coli (9,3%), Campylobacter jejuni (7,9%), Giardia sp. (5,7%), Cryptosporidium sp. (5%) e Salmonella sp. (4,3%). Coinfecções (2 ou mais agentes) em 40 doentes (28,6%). Mediana de idade de 1,4 anos (min-5 dias; max-17 anos) sendo a etiologia viral mais frequente abaixo dos 5 anos (p<0.01), com o rotavírus identificado em crianças mais jovens (média=1,7 anos). Dois picos sazonais: o rotavírus entre Janeiro e Março e norovírus entre Agosto e Outubro. Apenas 10 (7,1%) doentes estavam vacinados para rotavírus, mas nenhum com o esquema completo. A presença de sangue nas fezes (p=0,02) e a febre (p=0,039) foram mais frequentes na infeção bacteriana, os vómitos (p<0.01) e os sintomas respiratórios (p=0,046) na infeção por rotavírus. Registaram-se complicações clínicas em 50 doentes (35,7%): desidratação (47), invaginação íleo-cecal (1), adenite mesentérica (1) e apendicite fleimonosa (1).

Conclusão: Os vírus são os agentes mais frequentes de GEA sobretudo na criança pequena (idade <5 anos), sendo o rotavírus e norovírus os principais agentes. O número de coinfecções foi significativo mas não se associou a maior morbilidade. A ausência de identificação de agente em alguns casos pode refletir a necessidade de outros meios diagnósticos ou a existência de agentes ainda desconhecidos.

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Author Biographies

Tiago Silva, Hospital D. Estefânia, CHLC EPE

Área de Pediatria Médica

Beatriz Costa, Hospital D. Estefânia, CHLC EPE

Área da Pediatria Médica

Marisa Oliveira, Hospital D. Estefânia, CHLC EPE

Área da Pediatria Médica

Paula Correia, Hospital D. Estefânia, CHLC EPE

Departamento de Pediatria

Gonçalo Cordeiro Ferreira, Hospital D. Estefânia, CHLC EPE

Área da Pediatria Médica

Inês Costa, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa

Unidade Laboratorial Integrada, Biologia Molecular

Cláudia Júlio, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa

Laboratório Nacional de Referência de Infeções Gastrintestinais

João Rodrigues, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa

Unidade Laboratorial Integrada, Microbiologia

Jorge Machado, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa

Laboratório Nacional de Referência de Infeções Gastrintestinais

Adelaide Marques, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa

Laboratório Nacional de Referência de Infeções Gastrintestinais

Maria João Simões, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa

Unidade Laboratorial Integrada, Microbiologia

Mónica Oleastro, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSARJ), Lisboa

Laboratório Nacional de Referência de Infeções Gastrintestinais

Maria João Brito, Hospital D. Estefânia, CHLC EPE

Área da Pediatria Médica

Published

2013-12-04

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