A sobrecarga oxidante como factor de risco associado à obesidade: relação com o glutationo plasmático e com o fenótipo da haptoglobina

Authors

  • Cláudia Marinho
  • Irina Alho
  • João Oliveira
  • Carla Rego
  • António Guerra
  • Manuel Bicho

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2008.4555

Abstract

Objectivo: Verificar a associação entre o fenótipo da haptoglobina (Hp), uma proteína de fase aguda, e a concentração plasmática de glutationo total (GSHt) em adolescentes obesos, como forma de avaliar a capacidade antioxidante de resposta ao processo inflamatório relacionado com a obesidade. Amostra Populacional. Foram estudados 69 adolescentes obesos, de acordo com o valor de corte de Cole, com média de idades de 11,2 ± 1,17 anos e IMC 27,4 ± 4,8. O grupo controlo é constituído por 104 adolescentes eutróficos.

Métodos: A determinação do fenótipo da haptoglobina plasmática foi efectuada por electroforese em gel de poliacrilamida e a concentração de GSHt foi obtida por espectrofluorímetria, usando o o-ftaldeído (OPT) como fluoróforo.

Resultados: Verificou-se que a concentração de GSHt nos adolescentes obesos é significativamente inferior à dos adolescentes do grupo controlo (mediana: 34,65 vs 48,90 μmol/L; p<0,001), estando a razão entre o GSHt e a forma oxidada do glu tationo (GSHt/GSSG), igualmente diminuída (mediana: 7,64 vs 7,90; p=0,014). Os adolescentes obesos com o fenótipo Hp1.1 parecem poder estar mais protegidos contra as lesões resultantes da sobrecarga oxidante, uma vez que apresentam níveis de GSHt e razões GSHt/GSSG significativamente superiores aos adolescentes com fenótipo 2.1 e 2.2.

Conclusões: O GSH é considerado o principal antioxidante celular, sendo essencial no funcionamento dos principais mecanismos de destoxificação e combate à lesão oxidante. A razão GSHt/GSSG é um indicador sensível de sobrecarga oxidante. Uma diminuição significativa dos níveis de GSHtotal e da razão GSHt/GSSG indicam que a sobrecarga oxidante pode desempenhar um papel importante na fisiopatologia da obesidade. Os adolescentes obesos com fenótipo Hp1.1 apresentam valores superiores destes parâmetros pelo que poderão estar mais protegidos contra o processo inflamatório associado à obesidade.

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