Aplicabilidade de bolsas de nutrição parentérica padronizadas num Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais

Authors

  • Lara Lourenço
  • Lígia Peralta
  • Teresa Soares
  • Susana Pissarra
  • Gustavo Rocha
  • Hercília Guimarães
  • António Guerra
  • Paula Guerra

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2012.1278

Abstract

Tradicionalmente a nutrição parentérica nos Serviços de Cuidados Intensivos Neonatais é prescrita de forma individualizada, obrigando a uma preparação morosa na Farmácia Hospitalar. As bolsas padronizadas, além da economia de recursos, trazem uma mais-valia muito importante: a disponibilidade

imediata. No entanto, a utilização de bolsas padronizadas que respondam às diferentes necessidades nutricionais dos doentes de um Serviço de Cuidados Intensivos terciário, permanece em discussão.

Objectivos: Avaliar retrospectivamente a eficácia e segurança de bolsas padronizadas num Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais.

Material e métodos: Estudo de coorte retrospectivo, comparando variáveis demográficas, de morbilidade neonatal, nutricionais, de ganho ponderal e de necessidade de suplementação em glicose e em electrólitos da nutrição parentérica de doentes sob nutrição parentérica individualizada e de doentes sob nutrição parentérica padronizada durante dois períodos de seis meses. Foi efectuada análise dos processos de internamento dos doentes com necessidade de mais de sete dias de nutrição parentérica. Foram analisados 33 doentes sob nutrição parentérica individualizada (grupo A) e 28 doentes sob nutrição parentérica padronizada (grupo B), sendo os grupos semelhantes (idade gestacional, peso ao nascer, restrição de crescimento intra-uterino e morbilidade neonatal).

Resultados: A alimentação parentérica foi iniciada em média aos 3,3 dias no grupo A e 2,9 dias no grupo B. A carga calórica máxima foi de 80 Kcal/Kg/d no grupo A e 93,5 Kcal/Kg/d no grupo B, sendo a carga hídrica máxima de 144,6 e de 149,8 ml/Kg/d. O número de dias totais de nutrição parentérica foi em média de 15,9 (8-32 dias) no grupo A e 19,6 dias (9-54 dias) no grupo B. A presença de desequilíbrios com necessidade de suplementação em glicose ou electrólitos electrólitos ocorreu em 36,4% (n=12) no grupo A e 34,5% (n=10) no grupo B durante um período de tempo médio de 2,6 e 3,4 dias, respectivamente. O ganho ponderal diário médio foi de 10,3g e 10,6g que correspondeu a um aumento de 6,9g/kg/d e 6,4g/Kg/d respectivamente.

Conclusões: As bolsas padronizadas foram aplicadas com sucesso num Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais terciário sem registo de maior número de desequilíbrios electrolíticos e permitindo um ganho ponderal diário médio semelhante.

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