Tetralogia de Fallot: uma cardiopatia com fisiopatologia e evolução variáveis

Authors

  • Marta Campos Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • Manuela Rodrigues Centro Hospitalar de São João
  • Cláudia Moura Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Centro Hospitalar de São João
  • Hercília Guimarães Faculdade de Medicina da Universidade do Porto Centro Hospitalar de São João - Porto

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2014.4114

Abstract

Introdução: A Tetralogia de Fallot é a cardiopatia congénita cianótica mais frequente e o seu vasto espetro anatomo-clínico contribui para as diferentes evoluções que estas crianças podem apresentar. O objetivo deste estudo é conhecer a evolução dos recém-nascidos com Tetralogia de Fallot internados no Serviço de Neonatologia de um hospital universitário de nível III.

Métodos: Foram revistos retrospetivamente os processos clínicos dos quinze recém-nascidos internados no Serviço de Neonatologia com o diagnóstico de Tetralogia de Fallot, entre os dias 1 de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2012.

Resultados: Das quinze crianças, duas foram excluídas por não confirmação do diagnóstico. As restantes (N=13) foram seguidas durante 28,23±9,80 meses. Sete (53,8%) foram submetidas a cirurgia paliativa, das quais três (42,9%) realizaram cirurgia corretiva aos 23,67±3,51 meses. Seis (46,2%) realizaram reparação cirúrgica primária aos 14,33±8,02 meses. Ocorreram dois óbitos (15,4%). As principais complicações durante o internamento incluíram infeções respiratórias, hemotórax, convulsões e taquicardias juncionais ectópicas. As lesões residuais corresponderam a insuficiência pulmonar moderada/severa e dilatação ventricular direita em 77,8% e insuficiência tricúspide em 66,7% dos casos. A avaliação psicomotora aos 21,55±2,88 meses evidenciou alterações nas áreas motora e da linguagem.

Conclusões: A estratégia cirúrgica faseada foi adotada em muitos dos casos em estudo e a correção definitiva primária foi mais tardia, pois os recém-nascidos apresentavam variantes mais complexas da doença e crises hipóxicas frequentes. A taxa de sobrevivência aos 28 meses foi de 84,6%. As alterações anatómicas residuais, ponderais e psicomotoras, tornam essencial o seguimento contínuo e multidisciplinar destas crianças.

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Published

2014-12-18

Issue

Section

Case series

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