Colestase Neonatal. Uma Realidade em Cuidados Intensivos Neonatais
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.1997.5660Keywords:
Colestase, Recém-nascido, Unidades de Cuidados Intensivos NeonataisAbstract
A hepatite neonatal e a atrésia biliar, foram durante muitos anos responsáveis pela maioria dos casos de colestase em recém-nascidos.
Estudos mais recentes demonstram que a sépsis e a nutrição parenteral são actualmente as principais causas.
O objectivo deste estudo foi identificar a etiologia, a morbilidade e a mortalidade nos recém-nascidos com colestase internados na nossa unidade.
Estudámos 12 recém-nascidos, 9 do sexo masculino, 3 do sexo feminino, com peso ao nascimento de 2505+/-110 g (935-3280) e idade gestacional 36.5+/-2 semanas (27-41) internados de Janeiro de 1992 a Dezembro 1994. Os diagnósticos foram: sépsis -9 (75%); fibrose quística 1 (8%); sífilis congénita -1 (8%) e hepatite de células gigantes - (8%). Cardiopatia congénita foi diagnosticada em 2 (16%) e malformações gastrointestinais em 3 (25%).
Seis (50%) necessitaram de alimentação parentérica. O início da colestase foi em média de 10.5 dias de vida. O tempo médio de internamento foi de 34.5 dias. Três (25%) faleceram por patologia de base não relacionada com a colestase.
A ecografia foi efectuada em todos os casos. A cintigrafia hepatobiliar e a biópsia hepática em 2 (16.6%). O fenobarbital foi utilizado no tratamento de 3 (25%).
Concluimos que a sépsis esteve presente na maioria dos casos e que também na maior parte deles se encontraram outras razões simultaneamente responsáveis pela colestase, o que confirma a etiologia multifactorial desta patologia. A existência de colestase nas U.C.I.N. é uma realidade, e todos os esforços devem ser realizados na tentativa da sua prevenção nomeadamente com o cumprimento rigoroso das normas de assépsia, bem como com a introdução precoce da alimentação entérica.