Hemorragia Intraventricular de Grau III e suas Complicações no Recém-Nascido Pré-Termo. Experiência da Unidade de Neonatologia do Hospital de Santa Maria — 1990-1997
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5377Keywords:
Hemorragia Intraventricular Grau III, Pré-termo, Hidrocefalia Pós-Hemorrágica, Desenvolvimento Neuro-MotorAbstract
Objectivos: Determinar o desenvolvimento neuro-motor e sensorial aos 36 meses de idade de recém-nascidos (RN) pré-termo, com idade gestacional < 32 semanas, com Hemorragia Intraventricular (HIV) grau III e hidrocefalia pós-hemorrágica (HPH).
Material e métodos: Foi efectuada a análise retrospectiva dos processos clínicos de todos os RN pré-termo com idade gestacional < 32 semanas, internados na Unidade de Cuidados Especiais a Recém-Nascidos (UCERN) do Hospital de Santa Maria (HSM) de 1 de Janeiro de 1990 a 31 de Dezembro de 1997. Dos 39 RN com HIV, 11 (28,2%) faleceram e, em 19 (48,7%), ocorreu dilatação ventricular pós-hemorrágica. Em 12 (30,7%) destas crianças, objecto do nosso estudo, a hemorragia tornou-se progressiva com necessidade de colocação de sistema de derivação ventrículo-peritoneal (SDVP).
Resultados: Nas 12 crianças estudadas, a avaliação do desenvolvimento neuro-motor efectuada aos 3 anos (36 meses) de idade revelou que 2 (16,6%) tiveram um desenvolvimento dentro dos parâmetros normais, 7 (58,3%) ficaram com lesões moderadas e 3 (25%) com lesões major.
Todas as crianças colocaram o 1.° SDVP entre o 1.° e o 4.° meses de vida, por hidrocefalia progressiva, não havendo em 5 delas referência a complicações.
Conclusão: A hidrocefalia pós-hemorrágica determinou a colocação de SDVP. As principais complicações foram a infecção e a obstrução que motivaram a sua revisão.
As lesões do parênquima estão directamente relacionadas com o aparecimento de sequelas do desenvolvimento neuro-motor.