Trombocitopénia Neonatal Aloimune - Um Caso de Hemorragia Intracraniana em Recém-Nascido de Termo

Authors

  • Paula Correia
  • João Costa

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2005.4851

Abstract

A Trombocitopénia Neonatal Aloimune resulta da incompatibilidade dos antigénios plaquetários entre a mãe e o feto, originando a destruição das plaquetas fetais» mediada por anticorpos. O antigénio mais frequentemente implicado é o HPA la, A trombocilopénia pode ser grave, com contagens plaquetárias frequentemente inferiores a 10.000/mm no 1" dia de vida. A hemorragia intracraniana é a sua complicação mais grave. Quando o antigénio implicado é o HPA la, a hemorragia intracraniana ocorre em 10-30% dos casos, metade destes no período pré-natal.

Os autores descrevem o caso clínico de um recém-nascido, 2°filho de mãe saudável, nascido às 39 semanas de gestação por cesariana, com peso adequado à idade gestacional e que apresentava ao nascimento petéquias e sufusões hemorrágicas com trombocitopénia grave (5000 plaquetas/mm). Nos antecedentes maternos salientava-se gravidez anterior, vigiada, sem intercorrências, cujo RN apresentou trombocitopénia grave ao nascimento, aparentemente sem sequelas e cuja etiologia não foi esclarecida. No terceiro dia de vida, a ecografia transfontanelar revelou múltiplas lesões intracranianas hemorrágicas difusas em diversos estádios de reabsorção.

A fenotipagem plaquetária e detecção de anticorpos antiplaquetários realizada aos pais e recém-nascido confirmaram o diagnóstico de Trombocitopénia Neonatal Aloimune. A propósito deste caso clínico, os autores discutem aspectos relacionados com o diagnóstico e terapêutica desta entidade, enfatizando a importância do diagnóstico atempado e intervenção precoce na prevenção de sequelas no recém-nascido e gravidezes subsequentes.

Palavras-Chave: recém-nascido, trombocitopénia neonatal aloimune, antigénio HPA 1a.

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