Recém-nascido de mãe toxicodependente

Authors

  • Cecília Martins
  • Raquel Guedes
  • Anabela João

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2008.4574

Abstract

Introdução: A toxicodependência é uma condição grave, tornando-se mais preocupante quando se associa uma gestação. O ambiente sócio-familiar desfavorável leva habitualmente a gestações de risco. Os recém-nascidos podem desenvolver síndrome de abstinência, sendo importante a sua identificação, tratamento, e posterior seguimento destas crianças.

Objectivos: Conhecer a prevalência de recém-nascidos de mãe toxicodependente num concelho da Área Metropolitana do Porto, e avaliar: morbilidade, terapêutica usada e crescimento e desenvolvimento destas crianças.

Material e métodos: Revisão casuística dos 37 casos de recém-nascidos de mãe toxicodependente, internados desde 1 de Abril de 2000 a 31 de Março de 2006. Definimos mãe toxicodependente a que consumiu, de um modo reiterado, opiáceos e/ou cocaína durante a gravidez.

Resultados: A prevalência encontrada foi de 2,7‰ nados-vivos, com média de 6 casos/ano. Apenas 43% das gestações foram vigiadas. Vinte e um RN (56%) apresentavam baixo peso. Cerca de 71% desenvolveram síndrome de abstinência. Em 70% dos casos foi usado fenobarbital, e nos restantes, solução de morfina (0,4 mg/ml). Até à data, com um tempo médio de acompanhamento de 3 anos, a maioria parece apresentar um crescimento e desenvolvimento adequados.

Conclusões: O consumo de drogas variou ao longo dos anos. Avigilância da gravidez permaneceu insuficiente durante este período. Os RN habitualmente nascem com baixo peso e desenvolvem síndrome de abstinência. O fenobarbital e a morfina controlam a síndrome. Apesar da toxicodependência materna, as crianças parecem apresentar crescimento e desenvolvimento normais. Assim, os clínicos deverão investir no acompanhamento das grávidas toxicodependentes e nos seus filhos.

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