Mastoidite aguda. Experiência de 7 anos
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2008.4539Abstract
Introdução: A mastoidite aguda, ainda que rara, é a complicação mais frequente da otite média aguda (OMA). Desde a introdução dos antibióticos, a sua incidência diminuiu, no entanto, ultimamente tem-se assistido a um aumento da sua frequência.
Objectivos: Estudar a frequência do internamento por mastoidite aguda no nosso Serviço, nos últimos sete anos, sob diferentes vertentes (clínica, analítica, imagiológica e terapêutica) e avaliar o papel da imagiologia no diagnóstico desta entidade.
Material e métodos: Revisão casuística dos casos de internamento por mastoidite em 1999-2005. Para diagnóstico considerou-se: a clínica, com evidência de sinais inflamatórios retroauriculares e a imagiologia, com achados típicos desta patologia.
Resultados: Durante este período foram diagnosticados 33 casos de mastoidite aguda. A idade de apresentação foi entre os cinco meses e dez anos, com um pico nos primeiros três anos de vida. História de OMA foi descrita em 94% dos casos, destes, 48% foram submetidos a antibioticoterapia prévia. Febre e sinais inflamatórios retro-auriculares foram as queixas mais frequentes. Em 12% dos casos verificou-se que não havia manifestações clínicas, no entanto, as crianças foram medicadas por evidência imagiológica de mastoidite. Leu cocitose foi evidente em 64% dos casos e a proteína C reactiva teve uma mediana de 5,74 mg/dl. Todos os doentes foram internados para efectuar antibioticoterapia endovenosa e apenas uma criança teve necessidade de ser submetida a intervenção cirúrgica.
Conclusões: Contrariamente ao inicialmente esperado, a frequência de internamentos por mastoidite aguda no nosso Serviço não parece ter aumentado. A partir da análise dos resultados obtidos, parece razoável afirmar que a imagiologia se deve realizar, apenas, na suspeita de complicações ou no agravamento do quadro clínico.