Divertículos vesicais múltiplos: um achado invulgar

Authors

  • Joana Rebelo
  • Sónia Carvalho
  • Armando Reis
  • Paulo Teixeira

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2012.1108

Abstract

As infecções urinárias (ITUs) são frequentes em lactentes e implicam um estudo imagiológico para identificar alterações anatómicas ou funcionais que condicionem risco aumentado de recorrência, com consequente lesão renal.  Apresenta-se o caso de um lactente do sexo masculino, sem traços dismórficos, assintomático até aos cinco meses de idade, altura em que apresentou desaceleração da evolução ponderal apesar de aporte nutricional adequado.  Na investigação etiológica foi diagnosticada ITU por Klebsiella oxytoca. A ecografia e gamagrafia (DMSA) renais foram normais, tendo a cistografia demonstrado múltiplos divertículos vesicais bilaterais (Figuras 1 e 2), na ausência de refluxo vesico ureteral, patologia obstrutiva, ou outras alterações. A ressonância magnética medular foi normal.  Considerada a idade, não foi realizado estudo urodinâmico.

Actualmente, com 24 meses, encontra-se com crescimento e desenvolvimento psicomotor adequados e sem novas ITUs. Os divertículos vesicais são mais frequentes no sexo masculino, podendo ser congénitos ou adquiridos. Quando múltiplos é importante a exclusão de patologia associada, nomeadamente obstrução do trato urinário ou disfunção vesical. Os divertículos vesicais congénitos são raros (principalmente múltiplos) e geralmente assintomáticos, sendo diagnosticados acidentalmente ou no estudo de infecção urinária ou de hematúria. Mais raramente, podem estar associados a diversos síndromes, nomeadamente doenças do tecido conjuntivo. A terapêutica depende da apresentação e sintomas associados.

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