Sobrevida e Sobrevida Sem Sequelas Graves no Neurodesenvolvimento em Recém-Nascidos de Extremo Baixo Peso
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2016.9727Keywords:
Distúrbios do Neurodesenvolvimento, Doenças do Prematuro, Mortalidade, Recém-Nascido de Muito Baixo Peso, Viabilidade FetalAbstract
Introdução: Pretendeu-se identificar o limite de viabilidade na instituição, avaliar os fatores de risco de mortalidade e as sequelas graves no neurodesenvolvimento em recém-nascidos de extremo baixo peso, num intervalo de tempo de 10 anos e comparar a ocorrência destes fatores em dois períodos (2004-2008 e 2009-2013).
Métodos: Estudo retrospetivo em recém-nascidos de extremo baixo peso internados numa unidade de cuidados intensivos neonatais entre 2004 e 2013. Avaliou-se a morbilidade neonatal, mortalidade e sequelas no neurodesenvolvimento aos 24-30 meses.
Resultados: Estudaram-se 155 recém-nascidos de extremo baixo peso (primeiro período 79, segundo período 76) com uma mediana de idade gestacional de 27 semanas nos dois grupos. No segundo período a mediana de peso de nascimento foi inferior (800 vs 900 g, p = 0,001). A mortalidade foi de 20% (31/155), e 10% (12/124) apresentaram défices graves no neurodesenvolvimento, não se verificando diferenças significativas nos dois períodos. A idade gestacional e o peso ao nascer acima dos quais sobreviveram sem sequelas graves mais de 50% dos recém-nascidos foram 25 semanas e 600-700 g, respetivamente. Os modelos preditivos para a ocorrência de morte ou sequelas neurológicas graves foram a existência de lesão cerebral grave, de enterocolite necrosante e o peso ao nascer inferior a 700 g.
Discussão: A sobrevida sem sequelas aumentou com a idade gestacional. O limite de viabilidade encontrou-se nas 25 semanas. A ocorrência de lesão cerebral grave, a enterocolite necrosante e o peso ao nascer inferior a 700 g associaram-se a um pior prognóstico.