Neurodesenvolvimento em Crianças Nascidas Pré-Termo de Muito Baixo Peso: Fatores de Risco Ambientais e Biológicos

Authors

  • Cristina Resende Serviço de Pediatria, Maternidade Bissaya Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Dora Martins Serviço de Pediatria, Hospital Pediátrico de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Dolores Faria Serviço de Pediatria, Maternidade Bissaya Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal
  • Adelaide Taborda Serviço de Pediatria, Maternidade Bissaya Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2017.10366

Keywords:

Criança, Distúrbios do Neurodesenvolvimento, Fatores de Risco, Fatores Socioeconómicos, Recém-Nascido de Muito Baixo Peso, Recém-Nascido Prematuro

Abstract

Introdução: Pretendeu-se avaliar o neurodesenvolvimento em recém-nascidos pré-termo de muito baixo peso aos 24-30 mesesde idade e correlacioná-lo com fatores de risco biológicos e ambientais.

Métodos: Estudo observacional, retrospetivo de uma coorte de crianças nascidas entre janeiro de 2005 e dezembro de 2013, com idade gestacional inferior a 32 semanas e/ou peso de nascimento inferior a 1500 g numa maternidade de apoio perinatal diferenciado. Avaliou-se o neurodesenvolvimento aos 24-30 meses através da schedule of growing skills scales II. Considerou-se como existência de sequelas moderadas / graves a presença de paralisia cerebral, quociente de desenvolvimento global inferior a 70, cegueira ou surdez neurossensorial com necessidade de prótese auditiva. Analisaram-se, por regressão logística, os fatores de risco biológicos e ambientais associados significativamente à ocorrência de défice moderado / grave.

Resultados: As 551 crianças estudadas apresentavam um peso de nascimento médio de 1222 ± 320 g e idade gestacional média de 29,4 ± 2,3 semanas. Ocorreram 46/551 óbitos (8%). Obteve-se informação do neurodesenvolvimento em 439/505 (87%) crianças. Apresentaram sequelas no neurodesenvolvimento 46/439 (10%): quociente de desenvolvimento global inferior a 70, 29/439 (7%), paralisia cerebral 26/439 (6%), surdez com necessidade de prótese auditiva 8/439 (2%) e um (0,2%) caso de cegueira. No modelo de regressão logística as variáveis que se associaram de modo significativo a sequelas moderadas / graves foram a leucomalácia periventricular quística, baixa escolaridade materna, perímetro craniano inferior ao percentil 3 aos 24-30 meses, malformações congénitas, crianças inseridas em família não convencional e sépsis tardia.

Discussão: Fatores biológicos e ambientais são determinantes no neurodesenvolvimento, pelo que devem ser acionadas atempadamente medidas de intervenção nas crianças mais vulneráveis.

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Author Biography

Cristina Resende, Serviço de Pediatria, Maternidade Bissaya Barreto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra, Portugal

neonatologista da Maternidade bissaya barreto

Published

2017-07-07

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