"Eu Sou, Eu Quero, Eu Posso"
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2004.4939Abstract
É a capacidade que identifico com o sentido de competência, com esta auto-imagem tão positiva de que vale a pena, de que há sempre alguma coisa em nós e ã nossa volta que transforma a vida em belo, é esta procura de infinito através de cada finito do nosso quotidiano, é a este mistério que eu chamo resiliência.Associo profundamente a origem dos vínculos a este substracto fundamental da resiliência. As primeiras relações da criança que insisto deverem ser o ponto de viragem do desenvolvimento a merecer uma atenção primordial da Pediatria, as primeiras relações, dizia, são como na teia de aranha, os pilares sobre os quais se alicerça toda a estrutura futura do equilíbrio qual molde que vai dar ? tom e, sobretudo, a esperança» nas relações futuras. Uma relação de confiança, transaccionalmente positiva e gratificante entre mãe e bebé gera autoconfiança e sentido de competência em cada nova relação no espectro progressivamente mais largo dos vínculos e das transacções.Resiliência é, assim, algo que também se ajuda a construir num dos seus pólos através dos condicionantes estruturais que geram o contexto da vida e que, no espírito da nossa reflexão representam, afinal, a grande convergência das forças do desenvolvimento.Os três pilares fundamentais da resiliência podem ser estilizadamente resumidos em três auto-sentimentos, porém referidos à relação com os outros, esperadamente significativos: "Eu sou, Eu quero, Eu posso".Os valores que estas linhas de força significam para a criança serão, fundamentalmente, os esteios do desenvolvimento humano.
Palavras-chave: Vinculação: Resiliência: Desenvolvimento Humano.