Doença de Hodgkin: Experiência de 20 anos num Centro de Referência

Authors

  • Vitor Costa
  • Tereza Oliva
  • Isabel Silva
  • M. José Bento
  • B.P Sodré Borges

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2004.4938

Abstract

Objectivos: O objectivo deste estudo foi o de avaliar a sobrevivência, frequência de recidivas e sequelas em crianças com Doença de Hodgkin tratadas neste serviço nos últimos vinte anos.

Material e Métodos: Foi efectuado um estudo de coorte retrospectivo. Foram analisados os seguintes parâmetros: idade, sexo, data do diagnóstico, tiemoglobina (Hb) (g/dl): <10,5 e > 10,5, velocidade de sedimentação (VS): > 40 mm/h e <40 mm/h, tipo histológico, estádio da doença, tipo de tratamento, resposta inicial à quimioterapia (QT), toxicidade aguda, complicações tardias» recidivas e estado actual.

Sobrevivência livre de doença (SLD) e sobrevivência global (SG) foram determinadas desde a data do diagnóstico até à recidiva ou morte por qualquer causa, respectivamente. Para avaliar a importância das variáveis clínicas foi utilizado o teste de Log-Rank (resultado significativo p<0,05).

Resultados: No Serviço de Pediatria entre Abril de 1983 e Abril de 2002 foram tratadas cinquenta e sete crianças (33 do sexo masculino e 24 do sexo feminino) com idades compreendidas entre 2 e 14 anos (mediana 12 anos), portadoras de Doença de Hodgkin(DH). De acordo com a classificação de Ann Arbor, 15 doentes apresentavam DH estádio 1 (26%), 23 estádio 11 (40%), 14 estádio Hl(25%) e 5 doentes apresentavam DH estádio IV (9%). Os sintomas B estavam presentes em 15 doentes (26%). De acordo com a classificação de RYE 36 crianças tinham esclerose nodular (64%), 11 celularidade mista (20%) e 9 predomínio linfocítico (16%). De 1983 a 1998 foram tratadas 25 crianças de acordo com o protocolo ChlVPP/RT e desde 1999 18 crianças de acordo com o protocolo da SFOP MDH 90. Catorze crianças foram tratadas com outros protocolos. Radioterapia foi aplicada em 52 crianças (91%). Verificou-se remissão completa em 91% dos casos. Verificaram-se 2 óbitos (12 meses e 3 anos após o diagnóstico, por DH e leucemia mieloblástica aguda respectivamente). Quatro doentes apresentaram neoplasias secundárias, 4 tiveram hipotiroidismo e 3 rapazes infertilidade. A primeira recaída verificou-se 40 meses após o início da terapêutica com ChlVPP e 42 meses no grupo da SFOP MDH 90.

Conclusão: No nosso grupo de 57 doentes, com um tempo mediano de seguimento de 67 meses (11 - 239 meses), a sobrevivência livre de doença foi de 89% e a sobrevivência global foi de 97% aos 5 anos. A maioria das crianças com DH foi curada sem importantes efeitos adversos.

Palavras-Chave: Doença de Hodgkin, criança, sobrevivência

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