Vacinas na criança com imunodeficiência
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2007.4650Abstract
Resumo: Apesar das imunodeficiências serem doenças relativamente raras em Pediatria, nos últimos anos temos assistido a um aumento do número de casos, quer pelo número crescente de crianças com imunodeficiências secundárias (à corticoterapia prolongada, quimioterapia ou à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana), quer pelo aparecimento de novas imunodeficiências primárias. Paralelamente, tem-se verificado uma maior longevidade destas crianças e o alargamento do leque de vacinas disponíveis. Torna-se necessário, portanto, a existência de recomendações consensuais sobre a vacinação destas crianças, embora nem sempre existam estudos sólidos que as suportem. Os autores pretendem resumir os princípios gerais e os aspectos particulares da imunização da criança com imunodeficiência, tomando como principais referências as recomendações dos colégios de Pediatria inglês e americano, do Programa Nacional de Vacinação e a experiência clínica da sua Unidade. De um modo geral, as vacinas devem ser administradas desde que sejam seguras, mesmo que a sua eficácia seja duvidosa. Na prática, administramos as vacinas inactivadas e contra-indicamos as vacinas vivas.
A VASPR pode, contudo, ser administrada em situações pontuais. Na presença de imunodeficiência combinada grave, primária ou secundária, é mais sensato protelar a vacinação até que se verifique a reconstituição imunitária. Nesta altura, podem estar indicados reforços vacinais suplementares ou mesmo a revacinação de crianças entretanto imunizadas. Os familiares e prestadores de cuidados de crianças com imunodeficiência devem ser submetidos a um leque alargado de imunizações, embora sejam necessários cuidados especiais com a administração de vacinas vivas potencialmente transmissíveis.