Sexualidade e risco de gravidez na adolescência: desafios de uma nova realidade pediátrica

Authors

  • Helena M Silva Centro Hospitalar do Porto, Unidade Maria Pia, Porto
  • Sofia Ferreira Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Unidade Hospital de São Sebastião, Santa Maria da Feira
  • Sofia Águeda Centro Hospitalar de São João, Unidade Hospital São João, Porto
  • Ana Filipa Almeida Centro Hospitalar de São João, Unidade Hospital São João, Porto
  • Andreia Lopes Centro Hospitalar de São João, Unidade Hospital São João, Porto
  • Fátima Pinto Consulta de Pediatria, Unidade de Saúde de Aníbal Cunha, ACES Porto Ocidental

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2012.631

Abstract

Introdução: A gravidez na adolescência tem assumido uma expressão significativa na sociedade portuguesa com uma prevalência a rondar os 14%. Este facto, aliado ao recente alargamento

de atendimento pediátrico para os 18 anos, coloca novos desafios ao pediatra.

Objectivos: Conhecer os padrões de sexualidade e contracepção na adolescência, procurando avaliar condutas sexuais com risco de gravidez.

Métodos: Estudo transversal, desenvolvido numa Escola Secundária Pública urbana, no qual foram englobados 177 adolescentes, escolhidos aleatoriamente entre Março e Junho de 2011, aos

quais foi aplicado um questionário anónimo de 25 perguntas.

Resultados: Todos responderam ao questionário, sendo 56.3% do sexo feminino e a idade média de 16,2 anos. São sexualmente activos 46.8% dos inquiridos, sem diferença entre sexos. A coitarca foi aos 14.2±1.6 anos no sexo masculino, 1.2 anos antes em relação ao sexo feminino (p=0,013). O início da actividade sexual associou-se com o menor aproveitamento escolar (p=0,019) e com a menor idade materna (p=0.016) e seu menor grau de escolaridade (p=0.003). Dos adolescentes sexualmente

activos, 45.8% já teve pelo menos um acto sexual sem método contraceptivo. Mais de um terço (39.5%) já suspeitou poder estar grávida, o que se associou ao início precoce da actividade sexual (p=0,040) e ao maior número de parceiros (p=0,003).

Conclusão: A precocidade do início da actividade sexual, negligência no uso de contracepção, e maior número de parceiros, permite-nos inferir sobre a elevada prevalência de condutas sexuais com risco de gravidez.

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