Utilização de Inibidores do Enzima de Conversão da Angiotensina no Recém-nascido. Experiência de seis anos e meio
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2003.5068Keywords:
Cardiopatia congénita, inibidores do enzima de conversão da angiotensina, insuficiência cardíaca, neonatologia, recém-nascidoAbstract
O uso de inibidores do enzima de conversão da angiotensina (IECA) na insuficiência cardíaca em recém-nascidos (RN) tem sido restringido devido à reduzida experiência neste grupo etário e ao receio de eventuais efeitos adversos.
Objectivos: Avaliar os efeitos da utilização dos IECA nos RN internados no Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Marta, entre Janeiro de 1995 e Junho de 2001.
Métodos: Estudo restrospectivo dos processos lie internamento.
Resultados: Foram medicados com IECA 23 RN com cardiopatia congénita, Quinze tinham nascido de gravidez.de termo sendo a idade gestacional mínima 35 semanas. O peso ao nascer variou entre 2000 e 4030 gr. (mediana=l875 gr,), A mediana das idades no início da terapêutica com IECA foi 18 dias. Treze doentes foram medicados com Captopril e dez com Enalapril. Houve necessidade de suspender a terapêutica ( ou diminuir a dose) em quatro doentes (em todos por hipotensão arterial): três do grupo do Enalapril e um do grupo do Captopril. Num dos doentes verificou-se insuficiência renal que regrediu após suspensão da terapêutica. Faleceram cinco crianças; três por complicações de cirurgia cardíaca e dois por complicações infecciosas- Ocorreu melhoria clínica atribuível aos IECA em 13 doentes.
Conclusões: Verificou-se melhoria da insuficiência cardíaca atribuível aos IECA, sem ocorrência de efeitos secundários graves. Apesar do pequeno número de doentes estudados não permitir tirar conclusões seguras, verificámos melhor tolerância ao Captopril do que ao Enalapril.