Bronquiolite Aguda: O que Mudou nos Últimos Anos?
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2015.6228Keywords:
Bronquiolite aguda, diagnóstico, internamento, tratamentoAbstract
Introdução: A bronquiolite aguda é uma doença respiratória infecciosa aguda, muito contagiosa, frequente em crianças com idade inferior a dois anos. Existe uma enorme variabilidade na utilização de exames complementares de diagnóstico e na abordagem terapêutica. O objectivo deste estudo foi caracterizar a população de crianças com bronquiolite internadas na enfermaria de um hospital secundário em relação ao pedido de exames complementares de diagnóstico, tratamento e evolução.
Métodos: Análise retrospectiva dos processos clínicos das crianças internadas com bronquiolite aguda em 1997, 2004 e 2011.
Resultados: Nos anos estudados foram internadas na enfermaria 100, 129 e 88 crianças, respectivamente, com um predomínio do sexo masculino e idade inferior a seis meses. Em 1997, 88% realizaram radiografia de tórax, 97% em 2004 e 56% em 2011. Hemograma e doseamento de proteína C reactiva foram efectuados em 69% em 1997, 58% em 2004 e 51% em 2011. O Vírus Sincicial Respiratório foi o agente isolado mais frequente. A cinesiterapia respiratória foi realizada em 95% das crianças em 1997 e em apenas 14% em 2011. A utilização de terapêutica com broncodilatadores diminuiu de 93% em 1997 para 35% em 2011. A prednisolona foi prescrita em 21% das crianças em 1997, 20% em 2004 e 15% em 2011. A mediana do tempo de internamento foi de 3 dias.
Conclusões: Constatou-se uma mudança no padrão de abordagem diagnóstica e terapêutica da bronquiolite aguda. Foram prescritos menos exames complementares de diagnóstico, o uso de broncodilatadores e de cinesiterapia diminuiu, sem alteração na duração de internamento.