Recém-nascidos na Urgência Pediátrica Hospitalar

Authors

  • José da Cunha
  • Filipa Nunes
  • Marta Nunes
  • Paula Azeredo

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2007.4715

Abstract

Introdução: Os recém-nascidos (RN) têm um peso considerável no total de admissões nas urgências pediátricas hospitalares mas constata-se que a maioria destas admissões são injustificadas do ponto de vista clínico.

Objectivos: Obter elementos que permitam reduzir a proporção de atendimentos desnecessários e proporcionar uma melhor adequação dos cuidados prestados na urgência pediátrica.

Material e métodos: Estudo descritivo prospectivo longitudinal sobre a coorte dos RN nascidos no nosso hospital no pe - ríodo doze meses, com detecção das visitas à urgência pediátrica hospitalar durante o período neonatal.

Resultados: Os RN contribuíram para 3% do total de crianças observadas na urgência pediátrica, 73% dos quais (621 RN) nascidos no nosso hospital, o que correspondeu a 17,8% dos nascimentos nesse mesmo período. Os principais motivos de recurso à urgência hospitalar foram queixas gastrointestinais, icterícia, queixas respiratórias e choro. Os diagnósticos mais frequentemente atribuídos corresponderam a problemas de puericultura e patologia neonatal benigna. Onze por cento dos casos resultaram em internamento, principalmente para realização de fototerapia. Setenta por cento de todos os casos foram considerados injustificados do ponto de vista clínico. Verificou-se uma maior frequência de recurso não justificado à urgência hospitalar nos casos de mãe com menor escolaridade e nas primíparas.

Conclusões: A maioria das visitas neonatais à urgência pediátrica hospitalar corresponde a situações não urgentes. Devem ser reforçadas as medidas de esclarecimento, apoio e formação das mães, quer durante a gravidez (cursos de preparação para o parto), quer depois do parto, com um aprofundamento da sua relação com os locais de Cuidados de Saúde Primários. Salientam-se ainda a inespecificidade dos sintomas dos RN em casos de doenças potencialmente graves e a importância da referenciação à urgência hospitalar.

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