Traumatismos Craneanos na Criança. Cinco Anos de Experiência do Hospital de São Francisco Xavier
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.1998.5589Keywords:
Traumatismo craneano, criança, etiologia, morbilidade, mortalidadeAbstract
Objectivo: Porque os traumatismos craneanos (TC) são responsáveis por 15% das admissões na Urgência Pediátrica do HSFX, procurámos identificar as circunstâncias em que ocorreram e as consequências que deles resultaram.
Material e Métodos: Analisámos retrospectivamente 924 processos de crianças, dos zero aos 16 anos, admitidas por TC na Unidade de Internamento de Curta Duração e na Unidade de Cuidados Intensivos Cirúrgicos do HSFX durante 5 anos (1991-1995).
Resultados: Do total de casos, 25,4% sofreram politraumatismo. Tinham menos de 5 anos 50,6% das crianças e 104 (11,3% I menos de um ano. Destas, 77 sofreram traumatismo em casa por queda e/ou colisão (p<0,01).
A rua foi o local de TC em 50,1%, seguido da casa (31,6%). Quanto à etiologia, predominaram as quedas (66%) e os acidentes de viação (29,3%).
As manifestações clínicas mais frequentes foram, por ordem decrescente, os vómitos, perda de consciência, sonolência e amnésia lacunar. A escala de Glasgow era 8 em 56 crianças.
Dos 1097 exames imagiológicos efectuados (Rx simples e TAC), 866 não mostraram alterações. Verificaram-se 19,8% de fracturas e os focos de contusão e/ou edema cerebral foram as lesões mais frequentes na TAC.
Ficaram com sequelas motoras 6 crianças e houve 13 óbitos. Destes 19 casos, 16 deveram-se a acidentes de viação (p<0,01).
Conclusão: Em cada 2 dias internou-se um TC e em média 4 crianças por ano morreram. Os acidentes de viação foram responsáveis pela maioria das incapacidades e das mortes.