Tumores Cerebrais na Criança. Experiência do Pediatra e do Neurocirurgião (Hospitais de São Francisco Xavier e Egas Moniz)
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5321Keywords:
Tumor cerebral, criança, astrocitoma, hipertensão intra-cranianaAbstract
Fez-se a análise retrospectiva dos vinte casos de tumores cerebrais diagnosticados no Serviço de Pediatria do Hospital de S. Francisco Xavier num período de oito anos (1990-97). Nos últimos três anos foram internadas 13 crianças. A maioria (85%) dos doentes tinha entre 2 e 10 anos. Dez crianças vieram transferidas da República de Cabo Verde, onde residiam. O tempo de evolução médio nestas crianças foi superior ao das crianças oriundas de Portugal (3,4 versus 2,6 meses). Todos os doentes com idade superior a 2 anos tinham hipertensão intra-craniana. Outros sinais frequentes foram: ataxia (10) e parésia dos pares cranianos (9). Em 16 (80%) crianças, os tumores localizavam-se na fossa posterior.
Os tipos histológicos que predominaram foram: tumor astrocitário (10) e meduloblastoma (4). Foi possível efectuar exérese total em apenas quatro casos. Cinco crianças fizeram terapia coadjuvante.
A mortalidade foi elevada: 28% aos 30 dias e 44% no final de um seguimento médio mde 30 meses, o que se associou às formas agressivas dos tumores e à sua evolução prolongada. A melhor evolução foi observada nos astrocitomas de baixo grau de malignidade.