Litíase do aparelho urinário em idade pediátrica – experiência de um centro
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2015.4142Abstract
Objetivo: Avaliação da epidemiologia, incidência familiar, etiologia, apresentação clínica, tratamento e complicações das crianças com diagnóstico de urolitíase, com o objetivo de melhorar a sua abordagem e estratégias de tratamento.
Métodos: Estudo retrospetivo dos processos clínicos das crianças seguidas em consulta de litíase do aparelho urinário, entre Fevereiro de 2011 e Janeiro de 2014. Procedeu-se a avaliação dos dados demográficos, história familiar, investigação metabólica, apresentação clínica, número, dimensão e localização dos cálculos, tratamento e resultados da análise do cálculo.
Resultados: Foram tratados 21 doentes. Existia história familiar de litíase em 52,4%. Cinco dos que realizaram investigação metabólica (19/21) apresentavam alterações e em dois existiam malformações génito-urinárias. A forma de apresentação mais frequente foi a cólica renal (38%). O Diagnóstico foi realizado por ecografia abdominal em todos casos exceto dois, cuja suspeita foi colocada após realização de radiografia.
Dos catorze casos de litíase renal, três foram submetidos a cirurgia e onze a litotrícia extra-corpórea por ondas de choque (LEOC).
Dos sete doentes com litíase ureteral, um foi submetido a cirurgia aberta e os restantes a terapêutica médica expulsiva.
A litíase vesical foi tratada por endolitotrícia com litoclast.
Dos sete cálculos analisados por espectofotometria de massa, 57% apresentavam fosfato de amónio e magnésio (struvite) na sua composição.
Conclusão: O perfil dos nossos doentes é semelhante ao descrito na literatura de zonas não endémicas.
Verificou-se uma elevada incidência de recurso a intervenção cirúrgica por via aberta (19%). Com um diagnóstico e referenciação mais precoces será possível tratar estes doentes de forma minimamente invasiva.