Transmissão de Infeções pelo Aleitamento Materno
Date of submission: 18-10-2017 | Date of acceptance: 12-01-2018 | Published: 09-07-2018
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2018.14754Abstract
Introdução: O aleitamento materno tem valor incontestável para o recém-nascido, nomeadamente sob os pontos de vista nutritivo, imunológico e afetivo. Existem, contudo, algumas situações, nomeadamente algumas doenças infeciosas, em que o aleitamento materno está contraindicado ou sujeito a medidas de precaução. O objetivo desta revisão foi descrever os principais microrganismos transmitidos pelo leite humano, incluindo os agentes de infeções emergentes e/ou mais prevalentes na população imigrante em Portugal, nomeadamente a infeção pelo vírus T-linfotrópico humano tipo 1 e tipo 2, e fazer uma síntese das recomendações sobre aleitamento materno em situação de infeção materna.
Metodologia: Revisão bibliográfica, realizada através da pesquisa nas bases de dados PubMed e Scielo, com as palavras-chave “aleitamento materno”, “transmissão” e “infeção”, bem como com os mesmos termos em inglês (“breast milk”, “transmission”, “infection”), e com o nome dos diferentes microrganismos estudados. Foram também consultados livros de referência e recomendações com tópicos relacionados.
Resultados: São abordadas especificidades, formas de transmissão, possibilidade de infeção através de leite materno e recomendações para os diversos vírus, bactérias, fungos e parasitas que foram objeto da revisão.
Conclusão: A maioria das infeções maternas não representa perigo para o recém-nascido, sendo que em Portugal a infeção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 e 2 e vírus T-linfotrópico humano tipo 1 e 2 constituem os únicos casos com indicação para evicção total do aleitamento materno. A decisão de continuação ou suspensão do aleitamento materno deve ser ponderada caso a caso, de acordo com a patologia em causa, a situação socioeconómica e o desejo da mãe.