Transmissão de Infeções pelo Aleitamento Materno

Date of submission: 18-10-2017 | Date of acceptance: 12-01-2018 | Published: 09-07-2018

Authors

  • Catarina Franco Unidade de Infecciologia, Serviço de Pediatria Médica, Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal | Serviço de Pediatria, Hospital do Divino Espírito Santo, Ponta Delgada, Açores, Portugal
  • Susana Castilho Unidade de Infecciologia, Serviço de Pediatria Médica, Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal | Serviço de Pediatria, Unidade de Caldas da Rainha, Centro Hospitalar do Oeste, Caldas da Rainha, Portugal
  • André Graça Serviço de Neonatologia, Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • José Gonçalo Marques Unidade de Infecciologia, Serviço de Pediatria Médica, Departamento de Pediatria, Hospital de Santa Maria, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2018.14754

Abstract

Introdução: O aleitamento materno tem valor incontestável para o recém-nascido, nomeadamente sob os pontos de vista nutritivo, imunológico e afetivo. Existem, contudo, algumas situações, nomeadamente algumas doenças infeciosas, em que o aleitamento materno está contraindicado ou sujeito a medidas de precaução. O objetivo desta revisão foi descrever os principais microrganismos transmitidos pelo leite humano, incluindo os agentes de infeções emergentes e/ou mais prevalentes na população imigrante em Portugal, nomeadamente a infeção pelo vírus T-linfotrópico humano tipo 1 e tipo 2, e fazer uma síntese das recomendações sobre aleitamento materno em situação de infeção materna.

Metodologia: Revisão bibliográfica, realizada através da pesquisa nas bases de dados PubMed e Scielo, com as palavras-chave “aleitamento materno”, “transmissão” e “infeção”, bem como com os mesmos termos em inglês (“breast milk”, “transmission”, “infection”), e com o nome dos diferentes microrganismos estudados. Foram também consultados livros de referência e recomendações com tópicos relacionados.

Resultados: São abordadas especificidades, formas de transmissão, possibilidade de infeção através de leite materno e recomendações para os diversos vírus, bactérias, fungos e parasitas que foram objeto da revisão.

Conclusão: A maioria das infeções maternas não representa perigo para o recém-nascido, sendo que em Portugal a infeção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 e 2 e vírus T-linfotrópico humano tipo 1 e 2 constituem os únicos casos com indicação para evicção total do aleitamento materno. A decisão de continuação ou suspensão do aleitamento materno deve ser ponderada caso a caso, de acordo com a patologia em causa, a situação socioeconómica e o desejo da mãe.

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Published

2018-07-09

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