Púrpura trombocitopénica imune. O que mudou de 1983 a 2006
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2012.1103Abstract
Introdução: A púrpura trombocitopénica imune (PTI) é a doença hematológica adquirida mais frequente na infância, com maior incidência entre os dois e os seis anos. Frequentemente tem uma evolução benigna, evoluindo para a cronicidade em 10-20% dos casos. No entanto, persistem controvérsias relativamente às estratégias de diagnóstico e terapêutica.
Objectivos: Descrever e comparar as características clínicas, os meios diagnósticos e a terapêutica utilizada para a PTI no Serviço de Pediatria dum hospital distrital, em dois períodos distintos.
Metodologia: Análise retrospectiva dos internamentos por PTI no grupo pediátrico entre 1995-2006 (Grupo B); análise comparativa dos dados obtidos, com dados de estudo anterior, realizado no período 1983-1995 (Grupo A).
Resultados: Analisaram-se 46 casos no Grupo A e 46 casosno Grupo B. Nos dois grupos estudados, verificou-se: 1) maior incidência no grupo etário inferior a cinco anos; 2) antecedentes de doença infecciosa prévia na maioria dos casos; 3) tempo de evolução da doença mais frequentemente superior a três dias; 4) número de plaquetas à admissão ≤10000/mm3 na maior parte das crianças; 5) ausência de complicações hemorrágicas no sistema nervoso central. A realização de punção medular aspirativa e a vigilância foram mais frequentemente utilizadas no grupo A, e a terapêutica com imunoglobulina endovenosa foi mais frequente no grupo B. Em ambos os grupos a evolução para a cronicidade ocorreu em seis crianças (13%).
Conclusão: A diferença mais significativa entre os estudos foi a realização de menor número de punções medulares aspirativas no grupo B e a abordagem terapêutica de primeira linha passou a ser a imunoglobulina endovenosa.