Acidentes em Crianças e Jovens, Que Contexto e Que Abordagem? Experiência de Nove Meses no Serviço de Urgência num Hospital de Nível II
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2016.6207Keywords:
Acidentes/estatística e dados numéricos, Criança, Adolescente, Prevenção de Acidentes, Serviço Hospitalar de EmergênciaAbstract
Introdução: Os acidentes constituem uma importante causa de morbimortalidade infantil e de recurso ao serviço de urgência
pediátrica. A nível nacional conhecem-se apenas alguns dados epidemiológicos.
Métodos: Estudo observacional transversal com análise da coorte das crianças observadas no serviço de urgência pediátrica de
um hospital nível II por motivo de acidente, durante um período de nove meses, com dados obtidos através de um inquérito
e submetidos a análise estatística.
Resultados: Das 22502 admissões de crianças até aos 14 anos registadas, 1746 (7,8%) foram por acidentes. A maioria era do
sexo masculino e tinha mais de 5 anos. Os acidentes ocorreram maioritariamente no exterior da escola (29,1%) e interior de
casa (25%), predominando a queda como tipo de acidente (55,5%) e a contusão como mecanismo de lesão (54,2%). A maioria
das crianças (77,3%) foi submetida a exames complementares de diagnóstico destacando-se os radiológicos. Os diagnósticos
mais frequentes foram os traumatismos superficiais (47,9%) e os ferimentos (24,8%). Em 6,6% (115) dos casos os acidentes
foram considerados graves. Estas admissões por acidentes associaram-se a uma despesa imediata estimada de 124 mil euros.
Discussão: A frequência elevada e o local de ocorrência dos acidentes coincidiram com a literatura. Apesar do predomínio das
lesões minor superficiais (47,9%) verificou-se um número significativo de crianças com necessidade de cuidados hospitalares.
Não foram registados óbitos. Os autores concluem que os acidentes em crianças foram um motivo frequente de ida ao serviço de
urgência pediátrica com importante consumo de recursos. A sensibilização dos cuidadores é essencial na prevenção dos acidentes.