Avaliação Clínica da Nutrição de Crianças Hospitalizadas
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.1999.5427Keywords:
Nutrição, Avaliação clínica, Exactidão clínicaAbstract
Objectivo: Tem sido questionada a capacidade de uma correcta avaliação clínica do estado de nutrição. Para avaliar essa capacidade, comparamos os resultados da avaliação clínica do estado de nutrição de crianças hospitalizadas com os de provas antropométricas correntes.
Doentes e Métodos: O estado de nutrição de 72 crianças hospitalizadas (idade mediana de 21.5 M) foi estimado clinicamente por cinco observadores (pediatras e internas) e por várias provas antropométricas. As crianças foram escolhidas dum modo oportunista; vinte e duas tinham um peso para a estatura inferior ao p10.
Foram utilizados os coeficientes W de concordância ou de correlação T de Kendall.
Resultados: Os coeficientes entre as provas antropométricas variaram entre 0.827 e 0.947. Comparando os diagnósticos nutricionais clínicos com os revelados pelas provas antropométricas, os coeficientes variaram entre 0.856 e 0.882.
Os coeficientes das crianças magras [W=0.672 a 0.644] foram inferiores aos das crianças gordas [W=0.808 a 0.777]; os dos lactentes foram idênticos aos das outras crianças [W=0.885 vs 0.883].
Um índice de McLaren sugestivo de malnutrição (<3) verificou-se em 21 crianças que originaram 98 avaliações clínicas, tendo 14.3% indicado boa nutrição! destas 14, só uma tinha um índice de McLaren <3 e 78.6% um "Peso para a estatura" > percentil 5.
Esta discrepância pode atribuir-se à conhecida exigência do método de McLaren.
Conclusão: A avaliação clínica da nutrição nas crianças hospitalizadas é fiável. Quando mais necessários são índices fiáveis — nos magros — pior a correlação.