Doença de Hodgkin na Criança. Experiência de 10 Anos

Authors

  • Paula Lopes da Costa
  • Ana Forjaz de Lacerda
  • Ester Vieira
  • Mário Chagas
  • António Ambrósio
  • Ana Neto
  • Filomena Pereira
  • Maria José Ribeiro
  • António Gentil Martins
  • Mário Sousinha

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5396

Keywords:

Adenomegálias, criança, clínica, citologia aspirativa, Doença de Hodgkin, terapêutica, sobrevivência

Abstract

Objectivos: Caracterizar os casos de Doença de Hodgkin (DH) seguidos no Serviço de Pediatria do Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil — Centro de Lisboa (IPOFG-L) e avaliar a eficácia e efeitos secundários do tratamento.

Métodos: Análise retrospectiva dos processos clínicos dos doentes admitidos com DH no IPOFG-L entre Janeiro de 1987 e Dezembro de 1996.

Resultados: Foram estudados 53 doentes (40M/13F), com idades entre 2 e 14 anos (12% <5, 44% 5-10, 44% 10-14 anos). O intervalo de tempo entre as manifestações da doença e a entrada no Serviço foi inferior a 1 mês em 19% dos doentes, mas superior a 6 meses em 34%. As manifestações iniciais foram as adenomegálias isoladas em 66% das crianças, das quais 80% em localização cervical.
Havia envolvimento do mediastino em 51% dos doentes. O subtipo histológico predominante foi a esclerose nodular (71%). Em relação ao estadiamento, a distribuição foi a seguinte: estadio I - 24%; estadio II - 42%; estadio III - 24%; estadio IV - 10%; 28% dos doentes apresentavam sintomas B. A terapêutica utilizada na maioria dos casos foram ciclos MOPP-ABVD, seguidos de radioterapia de baixa dose, com os seguintes resultados: 83% - remissãp completa; 5,5% - remissão parcial; 7,5% - não resposta. Verificou-se recidiva em 5,5% dos casos. Três doentes realizaram transplante de medula óssea. A taxa global de mortalidade foi de 9%; em 2 doentes por infecção e em três por progressão da doença.

Conclusão: Patologia rara na idade pediátrica, sendo a apresentação mais frequente as adenomegálias cervicais e supraclaviculares, devendo estar presente corno um dos diagnósticos diferenciais mais importantes num quadro de adenomegálias. A radiografia de tórax e a citologia aspirativa são exames de primeira linha. O Serviço de Pediatria do IPOFG-L tem registado bons resultados com a modalidade terapêutica utilizada, com urna sobrevivência global de 88% aos cinco anos na amostra apresentada.

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