Doença Celíaca: Experiência de Dez Anos

Authors

  • Luísa Aires de Sousa
  • Maria Gomes Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2004.4935

Abstract

A doença celíaca (DC) caracteriza-se por uma intolerância intestinal permanente ao glúten da dieta, que produz lesões em indivíduos geneticamente susceptíveis. Representa uma causa de malabsorção importante na Europa e tem suscitado um interesse crescente nos últimos anos, não só do ponto de vista epidemiológico, como também etiopatogénico.

A sua incidência na Europa apresenta um valor médio de 1/1000 nados-vivos, considerando-se actualmente que grande número de indivíduos tem doença clinicamente silenciosa e muitos outros apresentarão uma forma minor de enteropatia.

Foi nosso objectivo analisar as características clínicas e laboratoriais e a evolução dos casos de suspeita de doença celíaca seguidos na Consulla de Gastrenterologia Pediátrica do Hospital Garcia de Orta (HGO), nos últimos dez anos.

Nesta análise foram incluídos 13 doentes, com idades compreendidas entre 14 meses e dez anos; a distribuição por sexos revelou um predomínio do sexo feminino, com uma relação de 3,3:1; a mediana da idade no início dos sintomas foi 7 meses e da idade da suspeita diagnóstica 13 meses; a má progressão ponderal, diarreia, distensão abdominal e atrofia das massas musculares foram as manifestações clínicas de apresentação mais frequente. A data da suspeita diagnóstica, metade dos doentes apresentava anemia; em todos se verificou diminuição da xilosémia aos 60 minutos; o doseamento dos anticorpos anti-gliadina revelou valores aumentados em todos os casos em que foi efectuado. O tempo de seguimento destes doentes variou entre sete meses e nove anos. Em três casos, o diagnóstico é definitivo.

Palavras-chave: Doença celíaca (DC); glúten; anticorpo anti-gliadina (AAG); anticorpo anti-endomísio (AAE); transglutaminase tissular (TGt).

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