Aleitamento Materno – Ainda Longe do Desejável
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2015.4580Keywords:
Alimentação Artificial, Aleitamento Materno/estatística e dados numéricos, Chupetas, Lactente, Recém-NascidoAbstract
Introdução: Em Portugal, tal como noutros países desenvolvidos, as taxas de aleitamento materno exclusivo aos 6 meses de idade e de aleitamento materno complementar até aos 2 anos, marcos etários recomendados pela Organização Mundial de Saúde, ficam muito aquém do desejável. O objetivo deste trabalho foi avaliar os fatores que se associam à iniciação e manutenção do aleitamento materno.
Métodos: Questionário anónimo para preenchimento na internet, realizado entre 1 junho e 31 de outubro de 2013, destinado a mulheres com filhos menores de 18 anos, residentes em Portugal.
Resultados: Foram analisados 560 questionários, de mães residentes em 16 distritos do país. A média de idade materna foi de 32,4 anos, 72% eram primíparas. A taxa de iniciação de aleitamento materno foi de 99%, a de aleitamento materno exclusivo aos 6 meses de 18,8% e a de aleitamento materno complementar aos 2 anos foi de 10,5%. Foi oferecido leite adaptado na maternidade a 26% dos recém-nascidos. O abandono do aleitamento materno ocorreu principalmente no primeiro mês de vida e entre os 4 e 6 meses, sendo a hipogaláctia o principal fator reportado. A introdução de leite para lactentes ocorreu sobretudo no primeiro mês (21,8%), em 35,3% sem aconselhamento médico. A primiparidade, a utilização de biberão na maternidade e de chupeta na primeira semana de vida relacionaram-se significativamente com menores taxas de aleitamento materno exclusivo e complementar.
Discussão: Este estudo apresenta taxas de aleitamento materno exclusivo e complementar semelhantes às de outros estudos portugueses. A utilização de chupeta e biberão associam-se a menores taxas de aleitamento materno. A introdução de leite para lactentes, sobretudo no primeiro mês de vida, alerta para a necessidade de maior apoio à amamentação neste período.