Sépsis associadas aos cateteres venosos centrais
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2010.4429Abstract
Objectivos: Estudar a incidência de sépsis associadas aos cateteres venosos centrais (CVC) nos recém-nascidos (RN) internados numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) e identificar eventuais factores de risco.
Métodos: Estudo prospectivo histórico com consulta dos processos clínicos de todos os RN com CVC internados entre Janeiro de 2002 e Dezembro de 2006.
Resultados: Foram estudados 380 CVC (284 umbilicais e 96 catéteres centrais de inserção periférica) em 292 RN. Durante este período foram diagnosticados 31 (8,2%) casos de sépsis associadas aos CVC. Relativamente aos cateteres venosos umbilicais, o tempo médio de permanência do cateter foi 5,5 dias com um total de 1580 dias de cateter. A sépsis ocorreu em 4,2% dos casos (7,6/1000 dias), em média 5,4 dias após a introdução do cateter. Nos cateteres centrais de inserção periférica, o tempo médio de permanência do cateter foi 11,1 dias com um total de1067 dias de cateter. A sépsis ocorreu em 19,8% dos casos (17,8/1000 dias), em média 9,2 dias após a introdução do cateter. O Staphylococcus epidermidis foi o microorganismo mais frequentemente isolado. Os factores de risco identificados para sépsis foram peso ao nascer inferior a 1500 g, cateter central de inserção periférica, nutrição parentérica total, permanência do cateter central de inserção periférica superior a onze dias e permanência de cateter venoso umbilical superior a seis dias.
Conclusão: A sépsis associada aos CVC teve uma incidência sobreponível à encontrada em outros estudos publicados. Confirma-se que o peso ao nascer, o tipo de cateter, a sua duração e a perfusão de nutrição parentérica são factores de risco para sépsis.