Ventilação Não Invasiva: Três Anos de Experiência de Uma Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2017.9765Keywords:
Criança, Instituições para Cuidados Intermediários, Portugal, Ventilação Não Invasiva, Insufi ciência Respiratória/terapêuticaAbstract
Introdução: A ventilação não invasiva (VNI) tem sido utilizada de forma crescente em crianças com insuficiência respiratória aguda (IRA), evitando as complicações associadas à ventilação invasiva (VI). Existem poucos dados acerca da sua utilização fora das unidades de cuidados intensivos pediátricos (UCIP). Pretendemos descrever a nossa experiência na utilização da VNI numa Unidade de Cuidados Intermédios (UCINT) e avaliar a sua eficácia em evitar a transferência das crianças para uma UCIP.
Métodos: Estudo longitudinal retrospetivo de todas as crianças admitidas na UCINT e submetidas a VNI (2012-2015). Foram analisados dados demográficos e os parâmetros frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), parâmetros gasimétricos (pH e PaCO2) e relação SpO2/FiO2 antes e duas, quatro, seis, 12 e 24 horas após inicio da VNI. Os doentes foram divididos em dois grupos: sucesso vs insucesso da VNI, de acordo com a necessidade de transferência para uma UCIP.
Resultados: Incluídas 35 crianças, com mediana de idade 42 dias. O diagnóstico principal foi bronquiolite em 28 doentes e a indicação para iniciar a VNI foi IRA hipoxémica e/ou hipercápnica em 32. Vinte e nove (82,9%) foram eficazmente ventilados e seis necessitaram de ser transferidos para uma UCIP. Verificou-se uma melhoria da FR, FC, pH e PaCO2 a partir das duas horas de VNI no grupo de sucesso (p<0,05). A descida da PaCO2 foi o primeiro parâmetro a apresentar diferença significativa entre os dois grupos.
Discussão: Confirmamos a eficácia da VNI em evitar o agravamento clínico das crianças com IRA, prevenindo a necessidade de VI e/ou transferência para uma UCIP.