Prevenção de acidentes em idade pediátrica: o que sabem os pais e o que fazem os médicos
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2013.3490Abstract
Introdução: Os traumatismos resultantes de acidentes de viação ou domésticos são, nos países desenvolvidos, a maior causa de mortalidade e morbilidade em crianças com mais de um ano. A maioria é evitável através de medidas de segurança fáceis de adotar, desempenhando os pediatras e médicos de família (MF) um papel fundamental na prevenção primária.
Objectivo: Analisar a utilização de medidas de prevenção de acidentes pelos pais, e a frequência com que informação sobre este tema é veiculada nas consultas de saúde infantil (CSI’s) pelos pediatras e médicos de família.
Material e métodos: Distribuição de inquéritos, aos pais/ encarregados de educação (EE) de crianças que frequentam um infantário público, sobre prevenção de acidentes (importância do tema, utilização de medidas de protecção, fontes de informação e frequência da sua abordagem na CSI da criança).
Resultados: Obtiveram-se 245 questionários válidos, preenchidos pelos EE de crianças com idade média de 40 meses (6-75 meses). Consideram este tema muito importante 95% dos pais, 99% afirma ter cadeira para o automóvel de acordo com a idade e peso da criança, 89% referem apertar os cintos adequadamente em todos os percursos. As medidas de segurança mais utilizadas em casa são a colocação de objectos perigosos em locais inacessíveis, a utilização de brinquedos recomendados para a idade da criança (93% cada) e berços com grades/ grades para a cama (79%). Referem utilizar ou ter intenção de utilizar capacete nas actividades desportivas 37% dos pais. Pais com menores habilitações afirmam que esse tema é abordado nas consultas sempre ou quase sempre (25% e 44% respectivamente), enquanto 30% dos EE com maior nível de escolaridade refere que esse assunto raramente é abordado nas CSI’s.
Conclusão: Muitos EE ainda não utilizam medidas adequadas de prevenção de acidentes nem recebem informação sobre esse assunto nas CSI´s, o que reforça a necessidade de abordar este tema em todas as CSI’s, tal como se prevê no Programa de Saúde Infantil e Juvenil.