Dor pediátrica em Portugal: resultados da sensibilização e formação
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2014.2723Abstract
Introdução: A sensibilização e formação dos profissionais de saúde na área da dor foi desde 2001 uma opção estratégica nacional, mas desconhece-se o seu impacto nos cuidados. O objetivo foi avaliar o impacto de ações de sensibilização e formação realizadas ao longo de dez anos nos cuidados prestados pelos enfermeiros à criança hospitalizada na área da dor.
Materiais e métodos: Estudo observacional, descritivo, transversal com consulta retrospetiva de registos num período de 24 horas, efetuados pelos enfermeiros no processo clínico de crianças até aos 18 anos.
Resultados: Dos 830 processos clínicos analisados, a história de dor foi registada em 47,8%, sendo bem elaborada e realizada nas primeiras 24 horas de internamento. Em oito horas o registo da avaliação da intensidade da dor foi de 36,7%. A escolha da escala de dor foi adequada em 59,3% das situações. Cerca de 79,9% das crianças não manifestou ou tinha uma dor ligeira 12,5%. Houve um bom controlo da dor em 92,5% dos casos analisados. Em cerca de 42,2% dos casos houve registo de intervenções farmacológicas e em 15,8% de intervenções não-farmacológicas.
Discussão: Os cuidados melhoraram na última década, mas refletem ainda lacunas ao nível da informação colhida na história de dor, avaliação da intensidade da dor e na tomada de decisão para uma prescrição de intervenções criteriosa em função da avaliação da dor.
Conclusão: O investimento feito na última década na sensibilização e formação dos profissionais de saúde, revelou ser uma opção estratégica acertada face aos progressos verificados no bom controlo da dor.