Alimentação por gastrostomia endoscópica percutânea: impacto na qualidade de vida dos prestadores
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2012.1273Abstract
Introdução: Acredita-se que a colocação de gastrostomia percutânea endoscópica (PEG) permite melhorar o estado geral e a prestação de cuidados de saúde a doentes com aporte oral insuficiente e melhorar também a qualidade de vida dos cuidadores.
Objectivos: Avaliar o impacto da colocação de PEG na qualidade de vida de doentes e seus cuidadores e determinar os benefícios e as dificuldades com PEG.
Material e métodos: Inquérito ao médico assistente e ao cuidador principal de doentes da área de influência do Serviço de Pediatria de Vila Real submetidos a colocação de PEG e consulta do processo clínico.
Resultados: Foram inquiridos nove cuidadores principais de crianças com PEG da área de influência do Serviço de Pediatria de Vila Real. A idade de colocação de PEG variou desde o período neonatal até aos quinze anos. Os diagnósticos encontrados foram: paralisia cerebral, doença metabólica, doença neuro-muscular e neuropatia pós-infecciosa. Na maioria dos casos foi usada previamente sonda nasogástrica. A colocação de PEG permitiu reduzir o tempo gasto nas refeições, facilitar a administração de medicação e tornar a refeição menos desconfortável para os doentes e cuidadores. As principais complicações referidas são complicações minor. O manuseamento da técnica não gera dificuldades. Em alguns casos foi suspensa a alimentação oral.
Comentários: Verificou-se impacto positivo na qualidade de vida de doentes e cuidadores. A demonstração objectiva dos benefícios da alimentação por PEG carece ainda de mais estudos que contribuirão para que esta medida faça parte da orientação terapêutica a oferecer aos doentes com aporte oral inadequado.