Bilirrubinómetro transcutâneo: experiência de uma Unidade de Cuidados Perinatais
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2013.1140Abstract
Introdução: O método padrão para determinar a hiperbilirrubinemia nos recém-nascidos (RN) continua a ser a medida da bilirrubina sérica (BS). Contudo, este é um método invasivo, doloroso e dispendioso. Como alternativa, estão disponíveis os bilirrubinómetros transcutâneos. Os objetivos deste estudo foram avaliar se as medições da bilirrubina transcutâneas (BTc) se correlacionam com as da BS e verificar se a idade gestacional, o peso ao nascimento, a raça e o número de horas de vida interferem nessa avaliação.
Métodos: Amostra constituída por RN ictéricos (n=96), com 35 ou mais semanas de idade gestacional e peso ao nascimento ≥2000 g. Em cada RN foram feitos quatro doseamentos da BTc e o valor usado para análise foi a média das quatro determinações. A BS foi medida usando o analizador Radiometer ABL 700 series. A relação entre os valores da BTc e da BS foi obtida através de uma análise de regressão linear simples e a força da mesma foi quantificada através do coeficiente de correlação de Pearson. A concordância entre os dois métodos foi avaliada pelo método de Bland-Altman. Determinou-se a presença de fatores de confundimento por análise de regressão multivariada.
Resultados: Obteve-se uma correlação linear significativa entre os valores da BTc e da BS (r=0,806, p<0,0001,β=1,023). Através do método de Bland-Altman observou-se que o bilirrubinómetro transcutâneo proporcionou valores inferiores em relação à medida da BS e que a discordância é maior para valores mais elevados da BS. Nenhuma das variáveis analisadas modificou significativamente a correlação entre os valores da BTc e os da BS (β=0,973, p<0,0001).
Conclusões: Apesar da correlação entre ambos os métodos ser boa, devemos ter presente que a BTc subestima a BS, sobretudo com concentrações elevadas.