Acuidade de Critérios Clínicos e Testes Laboratoriais na Infeção Primária pelo Vírus Epstein-Barr em Idade Pediátrica

Authors

  • Liane Correia-Costa Hospital Pediátrico Integrado do Centro Hospitalar São João, Porto; EpiUnit - Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
  • Luís Nogueira-Silva Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar São João, EPE – Porto; CINTESIS – Centro de Investigação e Tecnologias e Sistemas de Informação em Saúde, Porto, Portugal
  • Inês Azevedo Hospital Pediátrico Integrado do Centro Hospitalar São João, Porto; Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; CINTESIS – Centro de Investigação e Tecnologias e Sistemas de Informação em Saúde, Porto, Portugal
  • Sílvia Conde Serviço de Patologia Clínica, Centro Hospitalar São João, EPE – Porto
  • João Luís Barreira Hospital Pediátrico Integrado do Centro Hospitalar São João, Porto; Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2015.6664

Keywords:

Anticorpos Heterófilos/uso diagnóstico, Infeções por Vírus Epstein-Barr/diagnóstico, Mononucleose Infeciosa/ diagnóstico, Testes Sorológicos, Reação em Cadeia da Polimerase

Abstract

Introdução: O vírus Epstein-Barr é o principal responsável por síndromes mononucleósicos. O diagnóstico laboratorial inicia-se por avaliação do hemograma, testes de deteção de anticorpos heterófilos e anticorpos específicos (serologia), mas é cada vez mais frequente o recurso à pesquisa de ácido desoxirribonucleico deste vírus por técnicas de biologia molecular. Estudou-se a relação entre clínica e testes laboratoriais em idade pediátrica na infecção primária por vírus Epstein-Barr.

Métodos: Foram revistos registos clínicos de imunocompetentes até 18 anos com pesquisa de serologias e ácido desoxirribonucleico de vírus Epstein-Barr, entre janeiro 2007 e junho 2010. Classificaram-se os casos em grupos serológicos (infeção primária, seropositivos e seronegativos) e foram definidos critérios clínicos de síndromes mononucleósicos. Considerou-se positiva a deteção quantitativa de ácido desoxirribonucleico = 500 cópias/mL (sangue total). Calculou-se acuidade diagnóstica de critérios clínicos e pesquisa de ácido desoxirribonucleico face à serologia.

Resultados: Foram incluídos 100 doentes (mediana idade 38 meses; 52 sexo masculino). Cumpriram critérios clínicos de síndromes mononucleósicos 29 doentes. Estes apresentaram sensibilidade 79%, especificidade 86%, valor preditivo positivo 66%, valor preditivo negativo 92%. A pesquisa de ácido desoxirribonucleico de vírus Epstein-Barr foi positiva em 40 casos; 16 eram seropositivos com carga viral inferior à primoinfeção (mediana 2500 vs 36000 cópias/mL, p < 0,001). A pesquisa de ácido desoxirribonucleico apresentou sensibilidade 96%, especificidade 78%, valor preditivo positivo 58%, valor preditivo negativo 98%.

Discussão: Os critérios clínicos têm boa precisão no diagnóstico de primoinfeção. A pesquisa de ácido desoxirribonucleico aumenta a sensibilidade e é particularmente útil quando negativa porque exclui doença, mas a realização da pesquisa de ácido desoxirribonucleico em sangue total (versus soro / plasma) deve ser tida em conta na interpretação dos resultados. A pesquisa de ácido desoxirribonucleico poderá ser útil face a resultados serológicos inconclusivos.

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Published

2015-10-22

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