Natalidade e Mortalidade Infantil em Portugal: optimismo e realismo
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2012.612Abstract
No final de 2011 surgiram números publicados pela Direcção Geral da Saúde sobre natalidade e mortalidade em Portugal no âmbito da Saúde Infantil. Trata-se do documento intitulado Natalidade, Mortalidade Infantil, Fetal e Perinatal -2006-2010.1
Sempre achámos de interesse analisar o que se relaciona com questões demográficas em ligação a indicadores de saúde pelas suas implicações em termos de planeamento e de avaliação de resultados. Por outro lado, criara-se na nossa mente uma certa expectativa – pois os números tardavam em aparecer - tendo em conta a evolução da mortalidade infantil nos últimos anos, oscilante em dígitos decimais: números muito baixos, mas subida entre 2008-2009, respectivamente de 3,2 para 3,6.2
Lido e analisado o documento em tempo de notícias deprimentes (tendo como pano de fundo finanças e economia em baixa, cortes orçamentais e recessão), entendemos que os números, animadores no que se refere à mortalidade infantil e perinatal, traduzem progresso. Tal progresso, com múltiplas determinantes que não cabe aqui discutir, é seguramente o fruto do grande empenho e da competência de todos os profissionais que protagonizam o sistema de saúde vigente no nosso País com os recursos disponíveis.
Concretizando, o decréscimo da taxa de mortalidade infantil de 3,6/1000 (em 2009) para 2,5/1000 (em 2010), pode considerar-se histórico, igualando ou ultrapassando alguns dos países do mundo com valores mais baixos até hoje.
O mesmo se pode afirmar em relação às taxas de mortalidade neonatal precoce, fetal e perinatal (contando 28 semanas ou mais), com as respectivas evoluções nos anos 2009-2010: 1,7-1,1/1000; 2,9-2,4/1000; e 4,6-3,5/1000.