Densidade Mineral Óssea em Nadadoras Portuguesas de Rendimento

Abstract

A adolescência é um periodo de extrema importância para a aquisição de um adequado pico de massa óssea. O suprimento alimentarem cálcio, a função do sistema endócrino e a actividade física, são três dos factores mais relevantes para a sua optimização.

O exercíciofísico de elevada intensidade condiciona adaptações hormonais, metabólicas, da composição corporal e do comportamento alimentar. Éobjectivo do presente trabalho estudar as repercussões da prática de natação em regime de rendimento durante a puberdade, sobre amineralização óssea. Procedeu-se à avaliação de 14 atletas do sexo feminino, pertencentes ás equipas de natação Junior e Sénior doFutebol Clube do Porto (idade cronológica: 15,1+1,6 anos; treino=22,7+1,7h/sem). Para grupo controle, foram seleccionadas 14 adolescentessaudáveis, de idêntica faixa etária, e sem prática regular de desporto organizado (desporto escolar=2+0,5h/sem). As atletasapresentam um adequado estado de nutrição e uma normal progressão da puberdade, embora se registe uma elevada incidência deperturbações do ciclo menstrual (40%). Praticam uma dieta desiquilibrada, caracterizada nomeadamente por um suprimento elevado emproteínas (1,9±0,4 gr/kg/d) e insuficiente em cálcio (p< 0,05 RDA). Regista-se urna hipercalciúria, sendo o valor médio (0,8±0,5 mg/mg) 3 vezes superior ao valor de referência para a idade. A densitometria radial óssea revela um valor de densidade mineral dentrodos parâmetros da normalidade para a idade (1,0+0,2gr/cm").

Os AA concluem que o insuficiente suprimento alimentar em cálcio, a hipercalciúria consequente ao exercício intenso e asperturbações do ciclo ovárico não tiveram tradução, até à data da observação, no processo de mineralização óssea deste grupo denadadoras de rendimento. No entanto, consideram que os resultados obtidos obrigam a uma reavaliação posterior, tendo em contafundamentalmente a avaliação da morfo-função renal e da mineralização óssea.