Registo Nacional dos Recém-Nascidos de Muito Baixo Peso. Rede de Investigação Neonatal Nacional

Authors

  • Grupo Nacional do «Muito Baixo Peso»
  • Secção de Neonatologia da SPP

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.1999.5527

Keywords:

Recém-nascido, muito baixo peso

Abstract

A Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria coordena o registo dos recém-nascidos de muito baixo peso a nível nacional desde 1994, com os seguintes objectivos:

1) conhecer a prevalência, mortalidade e morbilidade destes recém-nascidos;
2) criar uma base de dados que possa servir para estudos de investigação neonatal; 
3) monitorizar práticas clínicas que permitam detectar variações assistenciais e servir de padrão nacional para a auto-avaliação das Unidades e 4) avaliar a eficácia da regionalização de cuidados neonatais.

Material e método: Em 1996 registaram-se prospectivamente todos os nados-vivos com peso de nascimento entre 500-1500 g, com uma grelha previamente definida. Participaram no registo 32 Unidades. Comparam-se os resultados com os de 1994 e com os da Vermont-Oxford Trials Network.

Resultados: Foram registados 830 recém-nascidos de muito baixo peso. A prevalência foi de 0,83%. Nasceram em Hospitais de Apoio Perinatal Diferenciado 79% e necessitaram de transporte pós-natal 15%. A administração de corticóides pré-natais verificou-se em 53%. A mediana da idade gestacional foi de 29 semanas e do peso de nascimento de 1140 g.

A patologia mais frequente foi: doença de membranas hialinas 57%, sépsis 34%, hemorragia intraventricular 32%, enterocolite necrosante 12%, displasia broncopulmonar 16%, persistência de canal arterial 22%. Houve grande dispersão na incidência destas patologias entre as Unidades. A mortalidade aos 3 meses foi de 27%. A sobrevida foi maior que 50% a partir das 27 semanas e com peso de nascimento maior do que 900 g. O tempo de internamento médio foi 42,5 dias.

Conclusão: A prevalência não aumentou significativamente. 
Há grande dispersão na incidência das patologias mais importantes entre as Unidades, assim como na mortalidade. Nascer nos Hospitais de Apoio Perinatal Diferenciado e não necessitar de transporte neonatal melhorou o prognóstico. A regionalização de cuidados verifica-se num nível bastante aceitável.

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