Ventilação Não Invasiva no Domicílio em Pediatria
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2000.5343Keywords:
Ventilação nasal, ventilação não invasiva, sono, síndrome de apneia obstrutiva do sono, doença neuromuscular, hipoventilação, síndrome genéticoAbstract
A ventilação nasal é um método terapêutico não invasivo de utilização relativamente recente em situações clínicas com compromisso respiratório crónico. A sua aplicação resulta numa melhoria significativa da qualidade de vida das crianças e da sua família.
No Hospital Pediátrico de Coimbra, num período de seis anos (Jan. 93 — Dez. 98), a ventilação nasal domiciliária foi aplicada a um grupo de 40 crianças, com idades compreendidas entre 1,5 meses e 18 anos e 3 meses de idade (média — 6 anos e 11 meses), das quais 60% eram do sexo masculino e seis iniciaram a ventilação no primeiro ano de vida. Da totalidade, 27 (68%) mantêm a ventilação por um período médio de 22,4 +/- 21,1 meses; oito (20%) já suspenderam por ter havido melhoria ou cura do processo; três (8%) abandonaram o tratamento e duas (5%) faleceram. Das crianças que faleceram, urna tinha urna forma muito grave de distrofia miotónica congénita e outra tinha um tumor da fossa posterior que não respondeu á quimio e radioterapia. Em todas as crianças foi utilizada a ventilação por pressão positiva (CPAP-11, BiPAP-27, IPPV-2). A complicação mais frequente foi a ferida do dorso da base do nariz.
Verificou-se urna melhoria importante da morbilidade com tradução positiva na qualidade de vida das crianças e respectivas famílias, o que leva a concluir pela necessidade de implementação deste método de tratamento.