Enterocolite Necrosante num Serviço de Cardiologia Pediátrica

Authors

  • S. Afonso
  • S. Ferreira
  • A. J. Macedo
  • S. Kaku

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2001.5306

Keywords:

Enterocolite Necrosante, Cardiologia Pediátrica, Cardiopatias Congénitas, Transposição das Grandes Artérias, Prostaglandinas, Cateterismo Cardíaco

Abstract

Introdução: Os autores procuram determinar factores de risco de enterocolite necrosante, em recém-nascidos de termo com cardiopatia congénita.
Métodos: Revisão retrospectiva de recém-nascidos de termo, com cardiopatia congénita, internados num serviço de Cardiologia Pediátrica, nos anos de 1998 e 1999. Classificação das enterocolites de acordo com os critérios modificados de Bell.

Resultados: Foram revistos 71 recém-nascidos. Dezassete doentes tiveram NEC (24%) sendo 11 de grau I (15%) e seis de grau II (8%). Os diagnósticos que se associaram foram: transposição das grandes artérias, estenose valvular pulmonar, síndroma do coração esquerdo hipoplásico e estenose aórtica.
Todos os doentes com enterocolite fizeram previamente prostaglandinas (p=0,0004). O risco relativo é de pelo menos 10 vezes. A correlação com o uso de prostaglandinas é mais forte quando se aumenta a dose: R de Pearson passa de 0,3638 (p=0,0018) para 0,3973 (p=0,0006).

Dezassete doentes fizeram cateterismo cardíaco de intervenção e 12 deles tiveram enterocolite (p=0,0000...). O risco relativo é de 7,62 (IC=3,13 — 18,56).

Todos os doentes receberam apenas terapêutica médica para tratamento da enterocolite.

Discussão: A enterocolite necrosante é frequente nos recémnascidos com cardiopatia congénita. A transposição das grandes artérias foi o diagnóstico que mais se associou.

Encontrou-se uma relação significativa entre o uso de prostaglandinas e o aparecimento de enterocolite e esta correlação parece aumentar com o aumento da dose.

Os cateterismos cardíacos de intervenção, constituem também um factor de risco importante.

Conclusões: Sugere-se vigilância dos sinais precoces de enterocolite em todos os doentes com cardiopatia congénita medicados com prostaglandinas e que necessitem de cateterismo de intervenção.

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