Filhos de Toxicodependentes
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2003.5101Keywords:
recém nascido, síndrome de privação, aleitamento maternoAbstract
Introdução: As grávidas toxicodependentes e os seus filhos estão sujeitos a riscos obstétricos e pediátricos acrescidos devido à acção directa das drogas e ao resultado de comportamentos de risco das mães. A Unidade de Intervenção Precoce ( UIP) da Maternidade Bissaya Barreto tem seguido estes casos nos últimos anos.
Objectivo: Avaliar a actuação da equipe da UIP na vigilância pré e pós natal das grávidas toxicodependentes e dos seus filhos.
Material e métodos: Foi feito um estudo descritivo cujo método de colheita de dados foi retrospectivo dos processos de grávidas e recém nascidos entre os anos de 1996 e 2000.Foram colhidos dados referentes à gravidez (idade da mãe, proveniência, idade gestacional da la consulta, número de consultas e de internamentos, terapêutica e doses utilizadas e patologia infecciosa associada), parto (idade gestacional, analgesia, tipo de parto e presença de mecónio) e criança (peso de nascimento, Apgar aos 5 minutos, patologia neonatal, duração do internamento, tipo de alimentação na alta e duração do aleitamento materno, dados relativos à assiduidade ao follow up, destino inicial e final das crianças.).
Resultados: Encontrámos 123 crianças filhas de mãe toxicodependente. 18% foram prematuros e 4,8% tiveram atraso de crescimento intra-uterino. 22% dos recém nascidos desenvolveram Síndrome de privação. 82% teve alta para o domicílio com a mãe e em 70% dos casos com aleitamento materno exclusivo. 46% das crianças faltaram às consultas
Discussão: As taxas de prematuridade, ACIU e Síndrome de privação foram mais baixas que as descritas na literatura. Tivemos 46% de faltas às consultas de follow up. Sugere-se um maior apoio após a alta nomeadamente apoio domiciliário e maior articulação com os centros de saúde.