Tratamento cirúrgico do refluxo vesico-ureteral na população pediátrica

Authors

  • Ana Aguiar
  • André Cardoso
  • Rui Prisco
  • Maria Eduarda Cruz

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2010.4410

Abstract

Introdução: O diagnóstico precoce e a vigilância atenta são princípios fundamentais no tratamento das crianças com refluxo vesico-ureteral. A escolha da abordagem terapêutica desta patologia é individual e assenta em factores diversos.
Objectivo: determinar e comparar a efectividade de duas técnicas cirúrgicas (endoscópica e convencional) utilizadas no tratamento do refluxo vesico-ureteral.
Metodologia: Estudo de coortes históricas, baseado na revisão casuística dos processos clínicos das crianças e adolescentes que realizaram tratamento cirúrgico de refluxo vesico-ureteral entre 1 de Janeiro de 2000 e 30 de Abril de 2006. Analisados diversos parâmetros com influência provável na aborda gem terapêutica escolhida. Nos casos com tratamento cirúrgico foram determinadas a efectividade e a segurança da técnica utilizada, detectadas durante um ano de acompanhamento.
Resultados: Foram incluídas 46 crianças e adolescentes, perfazendo um total de 68 unidades refluxivas. Vinte e nove doentes foram submetidas a tratamento endoscópico de refluxo, num total de 37 ureteres refluxivos. A taxa de sucesso para o tratamento endoscópico com uma única injecção de Deflux® foi de 62% (IC 95% [0,46; 0,78]), aumentando para 78% (IC 95% [0,65; 0,91]) com a segunda injecção. Foram submetidas a cirurgia aberta 37 unidades renais: cirurgia de Cohen em 21 doentes e nefroureterectomia simples em dois casos. Excluídas as duas nefroureterectomias, a cirurgia de reimplantação apresentou uma taxa de sucesso de 97% (IC 95% [0,91; 1]). A razão de probabilidades de sucesso da cirurgia endoscópica vs. cirurgia convencional foi de 0,8 (IC 95% [0,68; 0,97]). Registaram-se treze complicações, 85% das quais após cirurgia de reimplantação.
Discussão: A elevada taxa de complicações da cirurgia de reimplantação poderá justificar, particularmente em centros mais pequenos, uma indicação mais frequente para a cirurgia endoscópica, apesar de apresentar taxas de sucesso mais baixas.
Conclusão: O tratamento endoscópico estabelece um bom compromisso entre a segurança da profilaxia e o sucesso da cirurgia clássica.

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