Prevalência de hábitos orais nocivos em crianças de 3 a 6 anos na cidade do Porto.
DOI:
https://doi.org/10.25754/pjp.2013.2909Abstract
Introdução: O bem-estar das crianças e adolescentes é afetado pelos hábitos orais nocivos, devendo-se encorajar os profissionais de saúde a instituírem uma terapêutica individualizada face aos mesmos.
Objetivos: Estudar a prevalência de hábitos orais nocivos em crianças de 3 a 6 anos.
Material e Métodos: Estudo observacional, transversal, numa amostra de conveniência de crianças na faixa etária dos três a seis anos que frequentam as escolas públicas Cantinho ao Sol, Paulo da Gama e S. João da Foz (Agrupamento Francisco Torrinha) e a escola privada Santa Maria.
Resultados: Foram amamentadas ao peito 83,6% (IC95%: 75,4%-90,0%) das crianças e 96,4% (IC95%: 91%-99%) foram alimentadas por biberão. Utilizaram a chupeta 79% (IC95%: 70,3%-86,3%), 20,2% (IC95%: 13%-28,7%) apresentamo hábito de chuchar ou morder objetos, 8,1% (IC95%: 3,8%-15%) apresentaram onicofagia, 7,1% bruxismo (IC95%: 3,2%-13,8%) e 3,6% (IC95%: 1%-9%) hábito de sucção digital. O tipo de alimentação (artificial) e (menor) tempo de amamentação natural da criança mostraram estar significativamente relacionados com a frequência de hábitos orais prejudiciais das crianças. O tempo de amamentação mais elevado mostrou estar significativamente relacionado com menor grau sócio-económico das famílias.
Conclusões: O tipo de alimentação (amamentação artificial), e um menor tempo de alimentação natural podem influenciar a aquisição de hábitos orais prejudiciais. Os hábitos orais onicofagia, bruxismo, hábito de succionar ou morder objetos e hábito de sucção digital bem como a alimentação artificial estão difundidos em todas as camadas sócio-económicas. Uma maior duração de amamentação parece relacionar-se com um menor nível socioeconómico das famílias.