Obesidade infantil – Caraterização de uma população com seguimento hospitalar

Authors

  • Tânia Marques Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca
  • Marta Moniz
  • Marta Cabral
  • Zahara Nizarali
  • Raquel Coelho
  • Ana Cristina Monteiro
  • Graciete Bragança
  • Helena Carreiro Carreiro

DOI:

https://doi.org/10.25754/pjp.2013.1174

Abstract

Introdução: A obesidade infantil está associada a grave morbilidade, a motivação para o tratamento geralmente é baixa e os resultados são habitualmente desanimadores.

Objetivos: Caraterizar uma população com excesso de peso e obesidade inscrita na consulta de endocrinologia pediátrica e avaliar a existência de comorbilidades associadas.

Material e Métodos: Estudo descritivo dos casos de peso excessivo (pré-obesidade e obesidade) seguidos na consulta entre 1997 e 2008. Analisaram-se dados sociodemográficos, antecedentes familiares, antecedentes pessoais/hábitos, dados clínicos incluindo índice de massa corporal (IMC) e respectivo z-score, parâmetros laboratoriais e imagiológicos, comorbilidades, intervenção clínica e evolução temporal.

Resultados: Foram estudadas 886 crianças entre os dois e os 18 anos com idade média 9,4 anos (DP±3,5), sendo 53,6% do sexo feminino. Dos resultados destacam-se: 73,5% com antecedentes familiares de obesidade; 75% com aleitamento materno; 52% com peso excessivo aos dois anos. Registaram-se complicações: 48,7% genu valgum, 32,5% estrias cutâneas, 32% com tensão arterial igual ou superior ao percentil 95, 42,1% dislipidemia, 25% insulinorresistência, 18% esteatose hepática, 0,2% diabetes mellitus tipo 2 e 5,6% com critérios da síndrome metabólica. A média do z-score do IMC inicial foi 2,3±0,61, verificando-se diminuição deste valor em todas as consultas. Cerca de 40% dos casos abandonaram a consulta antes do primeiro ano de seguimento.

Conclusão: Verificou-se uma prevalência elevada de comorbilidades associada a obesidade numa população muito jovem, sendo razoável sugerir uma intervenção precoce destinada a prevenir doenças crónicas que se iniciam na infância e se perpetuam na idade adulta. Houve diminuição do z-score do IMC em todas as consultas mas a grande maioria das crianças manteve peso excessivo. A taxa de abandono elevada poderá refletir a fraca motivação individual e parental para o tratamento.

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Tânia Marques, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca

interna de pediatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca

Published

2014-01-28

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